O setor da Construção Civil ainda registra um incremento acentuado em seus custos. Segundo a economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, há exatamente um ano, os custos com materiais apresentam variações elevadas, com impacto direto no orçamento das empresas.
No mês de junho deste ano, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), calculado e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aumentou 2,16%. Neste mês, o custo com material e equipamentos cresceu 1,84% e o custo com a mão de obra registrou alta de 2,69%.
No acumulado do primeiro semestre de 2021 foi observado um incremento de 9,73% no INCC, o que correspondeu a maior variação para o período nos últimos 26 anos. A maior alta, anterior a esta, foi registrada em 1995 (25,22%). “Nos últimos 12 meses, encerrados em junho de 2021, o aumento observado no referido custo setorial foi de inacreditáveis 17,36%”, disse Ieda Vasconcelos.
Ainda em junho, o custo com materiais e equipamentos aumentou 1,84%, o que correspondeu a 12ª alta expressiva consecutiva. Desde julho de 2020, a alta dos materiais de construção pressiona o setor, com reflexo direto no seu nível de atividades, de acordo com a economista da CBIC.
Para o presidente da CBIC, José Carlos Martins, os aumentos dos materiais são prejudiciais para o segmento. “Os aumentos continuam, empregos são perdidos e não vemos movimento do governo para melhorar o abastecimento no mercado de produtos para a construção”, afirmou.
A economista da CBIC diz que a Construção ainda enfrenta o desafio de superar este problema. “Num momento em que o país busca acelerar o ritmo de suas atividades, a Construção encara o desafio de superar a elevação acentuada de seus custos. Esses aumentos podem comprometer o ciclo da sua retomada, pois as construtoras não conseguem absorver altas tão expressivas. Sempre é bom destacar que as atividades do setor são essenciais para que o Brasil possa consolidar o seu desenvolvimento econômico e social”, disse.
Fonte:https://cbic.org.br/en_US/variacao-do-incc-no-1o-semestre-corresponde-a-maior-alta-dos-ultimos-26-anos